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TPM, veja como a fitoterapia pode ajudar.

 

Fitoterapia na TPM

Nutri, pelo menos alguma vez você já deve ter atendido uma paciente que sofre com os efeitos da Síndrome Pré-Menstrual, a tão famosa TPM. Não é por menos, essa é uma condição que acomete muitas mulheres e estão entre as queixas mais recorrentes.

Entretanto, o tratamento com fitoterapia, já vem sendo muito estudado e traz resultados positivos na resolução dos sintomas da TPM. 

No entanto, antes é preciso esclarecer que o tratamento varia para qual sintomatologia a paciente apresenta, desta forma conhecer de antemão sobre a saúde da mulher é imprescindível. 

Veja a seguir alguns dos principais sintomas associados ao uso da fitoterapia .

Mastalgia, cólicas, ansiedade, tristeza e irritabilidade


Vitex agnus-castus, ou como é popularmente conhecido: Vitex, árvore da castidade, é  um dos fitoterápicos que mais vem sendo utilizado em problemas reprodutivos femininos.

É encontrado aplicação em condições como: ciclos anovulatórios, infertilidade, endometriose e hiperprolactinemia.

Além disso, na síndrome pré-menstrual (TPM) se tornou um importante aliado nos sintomas como mastalgia, cólicas, ciclo irregular principalmente por deficiência de corpo lúteo, ansiedade, tristeza e irritabilidade.

Em estudo de revisão apresentado pela Journal Psychosomatic Obstetrics Gynecology, observa que o Vitex agnus castus foi o fitoterápico mais investigado (quatro ensaios, cerca de 500 mulheres), e foi indicado como promotor para melhorar consistentemente a síndrome pré-menstrual, sendo mais eficaz do que placebo.

  • Nome popular: Vitex
  • Fruto seco: 0,5 a 1g, 3 vezes ao dia
  • Extrato (ES)  padronizado em 0,5% de agnosídeo: 30 a 60 mg/dia
  • Tintura (1:5): 1 a 5 ml/dia

Contraindicações: 

  • Planta considerada segura, sem efeitos adversos graves;
  • Pode diminuir a eficácia das pílulas anticoncepcionais;
  • Uso na gravidez e lactação deve ser evitado;
  • Pode interferir com as terapias endócrinas (reposição hormonal, contracepção oral, hormônios sexuais);
  • Evitar uso concomitante com agonistas ou antagonistas dopaminérgicos;
  • O uso para tratar os sintomas de deficiência do corpo lúteo é recomendado apenas em pacientes que não estão sob qualquer outra terapia hormonal;
  • Pode causar aumento do fluxo menstrual e cefaleias.

Retenção de Líquido na TPM


A retenção de líquidos ocorre por conta da flutuação estrogênio/progesterona, angiotensina, ADH, renina, aldosterona.

Esse inchaço também pode ocorrer no abdômen, porque nessa fase o intestino fica mais constipado e a produção de gás metano e hidrogênio é maior.

Por isso, observa-se neste período mudanças cíclicas no peso corporal.

Devido a esta série de eventos o inchaço, edema, retenção de líquidos é uma queixa recorrente nesta fase.

Apesar de não haver estudos específicos da ação desta planta nos distúrbios pré-menstruais, a cavalinha (Equisetum arvense. L), pode  auxiliar amenizando esses sintomas.

Um experimento com 36 voluntários mostrado pela Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, avaliou durante 4 dias o efeito diurético de Equisetum arvense L, e observou que nos grupos o qual fizeram uso do fitoterápicos houve uma indução de um efeito diurético em relação ao grupo placebo.

  • Nome popular: Cavalinha
  • Pó: 0,5 a 1g, 2 x ao dia
  • Tintura: 10 a 30 ml/d
  • Extrato seco 5:1: 400 a 1000 mg/d dividido em 3 tomadas
  • Infusão: 6g por dia, em duas a três vezes

Contraindicações: 

  • Em pacientes que apresentam insuficiência renal crônica e que fazem uso de medicamentos que alteram níveis de potássio, pode causar hipercalemia;
  • Dentre os efeitos adversos, cita-se o bloqueio atrioventricular transitório, distúrbios gastrointestinais e reações alérgicas;
  • Recomenda-se manter a ingestão de líquidos apropriada;
  • Não indicado na gestação e lactação.
 

Cólicas na TPM


Um dos sintomas indesejados na TPM, são as cólicas menstruais.

Considerada uma das plantas mais utilizadas na medicina chinesa por promover a circulação sanguínea e tratar distúrbios menstruais, a Angelica sinensis, é considerada uma das indicações para o quadro de cólicas menstruais.

Uma vez que foi demonstrado que seu componente bioativo, Z-ligustilide, inibe a contração do útero e melhora a microcirculação, sugere que haja uma redução da contração muscular.

  • Nome popular: Dong quai
  • Dosagem diária: 80mg a 200 mg
  • Padronizador: 1% ligostilide
  • Droga vegetal (Raiz seca): 4,5g a 9g/dia – Decocção
  • Tintura (1:5): 4 a 8ml/dia

 Contraindicações: 

  • Não recomendado para gestantes e lactantes;
  • Dong quai contém cumarinas, as quais podem exercer uma ação anticoagulante, sendo necessário atentar para pacientes em uso de medicamentos anticoagulantes (como a varfarina) devido à chance de super-anticoagulação.

Efeito beliscador da TPM


Quem nunca ouviu de uma paciente um relato de que na TPM aflorou significativamente a vontade de comer?

Estudos prévios têm evidenciado alterações no comportamento alimentar caracterizadas por modificação na quantidade e qualidade da ingestão calórica, glicídica, proteica e lipídica entre as diferentes fases do ciclo menstrual.

Para a melhoria desse comportamento tem-se observado os efeitos em relação ao açafrão (Crocus sativus), o açafrão. 

Apesar de seu principal uso ser para fins culinários, ele também tem aplicações significativas em campos farmacêuticos e clínicos. 

Pesquisas sugerem que o mecanismo serotoninérgico está envolvido no efeito antidepressivo do açafrão, devido a sua atividade de inibir a recaptação de serotonina, promove um aumento do seu nível de ligação ao receptor pós-sináptico no sistema nervoso central.

Gout, Bourges e Paineau-dubreuil (2010), realizaram um artigo randomizado, em mulheres com sobrepeso leve, sendo administrado o extrato de C. sativus, por um período de 8 semanas, sugeriu resultados que indicaram que o consumo de C. sativus produziu uma redução de “beliscos” e criou uma saciedade que poderia contribuir para a perda de peso corporal.

 A combinação de uma dieta adequada com a suplementação de C. sativus pode ajudar os indivíduos na perda de peso.

  • Nome popular: açafrão verdadeiro
  • Dosagem diária: 170mg (85 mg duas vezes por dia, sendo uma dose pela manhã e outra à noite)
  • Padronizador: 0.3% de safranol

Contraindicações: 

  • As mulheres grávidas não devem tomar a erva para fins medicinais, pois o açafrão pode estimular as contrações uterinas;
  • Em doses elevadas é considerado abortivo, hemorrágico e pode provocar vertigens. O seu uso como abortivo tem levado a intoxicações graves;
  • A dose letal para o adulto é considerada entre 12 a 20g. Em doentes sob terapêutica anticoagulante ou com certos tipos de insuficiência renal, sugere-se uma abordagem cautelosa para a prescrição de açafrão.

Um olhar holístico


Vale salientar que por mais que seja observado inúmeros benefícios do uso dos fitoterápicos na TPM, há a necessidade de uma abordagem holística com o paciente.

 Combinados com o tratamento, a inclusão de modificações de estilo de vida, reduzem assim os sintomas e promovem a melhoria no funcionamento diário e qualidade de vida. 

Claro que sempre pautados no conhecimento e na segurança de fazer o que é certo.
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